A busca por
um significado da vida remonta aos primitivos tempos da humanidade. De um lado,
a busca pelo entendimento do fenômeno natural, em si; e de outro, a busca pela
compreensão do propósito da existência.
De um modo
geral, essas posturas delinearam, desde o início, os caminhos que iriam
desembocar na ciência e na expressividade da transcendência sem fantasias.
Apesar da distinção, as duas vertentes sempre tiveram pontos em comum.
A visão mais
simples era, como ainda o é, a de um mundo desenhado nos moldes da geometria
euclidiana: um espaço tridimensional, servindo de palco para o desenrolar da
vida. Os fenômenos que inicialmente foram atribuídos à vontade dos deuses, aos
poucos passaram a ser compreendidos como resultados de leis naturais.
Superado o
período das perplexidades e da subserviência a entidades divinais, os
estudiosos acabaram por entender que as verdades fundamentais da natureza se
apoiavam em estruturas de caráter matemático.
Os
pitagóricos, por exemplo, no século VI a.C., desenvolvendo um pensamento
esteado em considerações matemáticas, afirmaram que “todas as coisas são
números”. Galileu (1564-1642), célebre matemático e físico italiano, asseverou
que
O livro da natureza está escrito na linguagem
da matemática e os caracteres são triângulos, círculos e outras figuras
geométricas, sem os quais é humanamente impossível compreender uma palavra
sequer dela e sem os quais se vagueia inutilmente através de um labirinto
escuro.
(LÍVIO,
Mario. Deus é matemático? São Paulo:
Record, 2010)
Ao longo dos
tempos, consolidaram-se de tal forma essas noções que, nas atuais investigações
dos fenômenos da natureza, sempre se procura estabelecer uma concordância entre
as provas experimentais e a demonstração matemática. O conhecimento, assim
estatuído, ajuda a prever as possibilidades embutidas nas leis naturais e
viabiliza a utilização delas nos mais diversos setores da vida.
Mesmo quando
o ser humano passou a explorar os domínios dos fenômenos extrassensoriais,
ainda assim, não deixou de perceber a latência de relações mensuráveis. Existem
indícios de que nas trocas de energia, nos campos emocionais e mentais,
subjazem relações de ordem matemática: é que, nesse âmbito, os fenômenos são de
natureza vibracional e, como tal, são formas de movimento também passíveis de
mensuração.
Até agora, no
entanto, esses vislumbres permanecem no domínio das possibilidades, como um
mapa para territórios inexplorados. As pesquisas voltadas para o aspecto da
transcendência operam com situações da experiência humana que dificultam a
reprodução de experimentos controlados.
A ciência,
judiciosamente, cerca-se de cuidados, no intuito de evitar, nesses contextos,
fraudes e escamoteações. Só aceita o que resiste ao protocolo da metodologia
científica. Embora se autolimitando na apreciação dos fatos, capacita-se
continuamente com a elaboração de estratégias mais eficazes na abordagem de
novos desafios. Desse modo, tudo que aproxima o ser humano de verdades mais
refinadas será no devido tempo apreciado.
O que importa
é que, nesse afã, cultive-se o amor à verdade, repudie-se o autoritarismo e
caminhe-se consciente das próprias limitações. São imposições de natureza
ética.
Na afirmação
do autoconhecimento, o ser ora volta-se para si mesmo, ora volta-se para o
mundo exterior, mas está continuamente lidando com verdades relativas.
Construindo e reconstruindo experiências, sente a cada instante que deve se
conhecer melhor. Esse conhecimento, contudo, nem sempre consegue impulsioná-lo
no sentido de efetuar mudanças que o liberem das insatisfações internas.
Uma das
razões para isso está em que os conhecimentos de primeira instância necessitam
do amadurecimento proporcionado pela inspiração do campo superior intuicional,
a fim de se tornarem conquistas mais significativas para a alma.
O campo intuicional
é a dimensão da sabedoria. Sabedoria que ilumina o intelecto e leva o pensador
a encontrar em si mesmo bases para modificações promissoras. Esse despertar
interno, pelo qual todos devem se empenhar, consegue-se por um reto viver, um
constante exercício do bem-pensar e pela experienciação, em todos os domínios
da existência, inspirada pelo benquerer.
Nesse mister,
o estudo e a observância das leis naturais são de inestimável valor.
Um Abraço.
Até a próxima.
Lazaro Moreira Cezar.
Materia muito significativa, professor, parabesns.
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