Em busca de
aperfeiçoamento, os seres humanos se empenham, em esforços contínuos, para
amenizar o viver terreno. Diante de tantas atribulações, impostas por um
processo evolutivo do qual somente aos poucos se apercebem, unem-se em organizações
e procuram, por meio do estudo, da análise e da interpretação dos fatos,
compreender o que lhes acontece no entorno e entender o que lhes vai no íntimo
da alma. Paradoxalmente, há como que uma resistência inata, por parte de
muitos, em abandonar comodidades proporcionadas por conquistas provisórias.
Dados alguns passos no sentido de maior progresso, parece que fica difícil
desfazerem-se das algemas do passado.
Essa situação
é comum nos mais diversos quadros da existência. Um dos setores em que mais se
verifica a estratificação dos saberes é o relacionado à procura de um
significado para a vida. Muitos dos próceres das instituições voltadas para
esse fim, ainda que bem intencionados, relutam em incorporar novas ideias aos
velhos textos canônicos, com receio de alterar-lhes o significado. Acabam desse
modo, por induzir os adeptos a certa estagnação, provocando uma atitude de
subserviência na acomodada maioria e a dispersão dos que não abdicam de
alcançar maior conhecimento de si mesmos e do mundo.
Falta, nesses
casos, a compreensão de que a evolução obtida a partir de uma base, não se
aparta dos alicerces. Pelo contrário, o engloba e o enriquece. Outro fator
negligenciado em situações semelhantes, é que, num mundo em constante mutação,
todo o sistema fechado em torno de verdades absolutas, sem perspectiva de
crescimento, está fadado ao fracasso.
Qualquer que
seja a via do aperfeiçoamento, a caminhada é sempre lenta e progressiva. A
falta de estudos leva ao fundamentalismo e frequentemente conduz ao fanatismo.
Numa época em que a ciência, mais e mais se agiganta na credibilidade dos
procedimentos investigativos, nenhum setor de pesquisa, tanto no campo da
imanência quanto nos domínios da transcendência, se torna credor de respeito,
com avanços aparentes.
Ao lado do
aspecto prático de qualquer ramo do saber, coexiste a dimensão científica. Os
que, no domínio da transcendência, se apegam ao lado utilitário das orientações,
sem raciocinar sobre elas, correm o risco de ser manipulados e ficam para traz.
Frequentemente, nessas circunstâncias, surgem os líderes de ocasião que lançam
mão de estratégias enganadoras para captar a atenção e a confiança dos grupos.
Assim muitas instituições, nascidas de sinceras manifestações humanitárias,
naufragam em conflitos internos e disputas desagregadoras.
Só o estudo e
a análise cuidadosa das coisas, feitos com simplicidade e desprendimento, podem
evitar tais eventos e proporcionar condições para avanços qualitativos que
respondam às necessidades de harmonia interior e aos anseios por um mundo
melhor.
Dentro de uma
perspectiva evolucionária, todos um dia se tornarão buscadores da verdade, mas
nesse processo de crescimento farão fatalmente escolhas baseadas em distorções
e preconceitos. É de bom alvitre, portanto, que estudem, estejam atentos e não
se deixem levar pelas aparências, evitando pedras e pedradas no caminho.
Até
a próxima.
Um
abraço.
Lazaro
Moreira Cezar.